terça-feira, 31 de maio de 2011

Recordações duma viagem ao Alentejo (II) - Alter do Chão

                                                Panorâmica de Alter do Chão

                                              Castelo de Alter do Chão

A origem de Alter do Chão poderá ser atribuída a um povoado romano, fundado a partir de um aglomerado da Idade do Ferro em Alter Pedroso.

De Abelterium, cidade romana que vem referenciada no Itinerário de Antonino Pio, terá provavelmente nascido Alter do Chão. 

No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda D. Vicente, propôs “restaurar e povoar Alter”, atribuindo-lhe o 1º Foral no ano de 1232. D. Afonso III com o objectivo de incentivar o povoamento, manda reconstruí-la e terá concedido novo Foral em 1249. D. Dinis atribui-lhe dois Forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém.

Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o actual Castelo e confirma-lhe, através de nova carta de Foral os privilégios anteriores.

D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança, fundada pelo casamento de D. Beatriz, filha do Condestável com D. Afonso, filho bastardo do progenitor da Ínclita Geração.

O Foral de Leitura Nova, foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efectivar por D. Manuel.

Do período quinhentista as construções que subsistem mostram a vitalidade e importância que a vila tomou.

São deste período o Chafariz Renascentista, Igreja de Nossa Senhora da Alegria e a Janela Geminada, na Rua General Blanco.

Prova evidente do desenvolvimento que Alter alcançou no período Barroco, e do qual se pode orgulhar, são as várias construções civis e religiosas de entre elas algumas imponentes, das quais se destacam: Coudelaria de Alter, mandada construir por D. João V em 1748 por iniciativa do Príncipe D. José, para a produção do cavalo Lusitano, cujo destino era a Arte Equestre, muito em voga nas cortes daquela época; o Palácio do Álamo, Igreja do Senhor Jesus do Outeiro, Igreja do Convento de Santo António e os chafarizes da Barreira e dos Bonecos.

Património de Alter do Chão

Palácio e Quinta do Álamo: 
Moradia brasonada mandada construir em 1649 por Diogo Mendes de Vasconcelos. Importantes alterações no séc. XVIII/XIX. edifício rectangular com larga fachada de dois andares com nove janelas de sacada de ferro forjado, com frontões alternadamente curvos e rectilíneos. Riqueza decorativa no interior com azulejos. Repartição de espaços conforme a época - piso térreo utilitário, residência no andar nobre. O portal, encimado pelo escudo de armas, que dá entrada para a quinta é da segunda metade do séc. XVIII. A quinta é típica desse século, destacando-se um pequeno tanque com decoração de alvenaria e o jardim de buxo. Foi adquirido pela Câmara Municipal, funcionando aí o Serviço Sócio-Cultural, com os seguintes serviços abertos ao público: Biblioteca, Sala de Exposições Temporárias e o Posto de Turismo.
   
Fonte da Praça da República (Fontinha):
Mandada construir em 1556 pelo Duque de Bragança D. Teodósio I. Situada primitivamente noutro local do largo foi removida para o actual em meados do séc. XVII. Estilo renascença, é constituída por uma alpendrada em forma de cúpula dupla sustentada por três colunas, tudo em mármore de Estremoz. No interior os medalhões heráldicos dos Duques de Bragança (Armas de Portugal) e da Vila de Alter. As bicas e o tanque já não são da construção primitiva. Classificado como imóvel de interesse público.

Pelourinho: 
Construído no 1º. quartel do séc. XVI, estilo manuelino, composto de coluna torsa, com decoração vegetalista. Monumento Nacional.

Igreja Paroquial de Alter Pedroso: 

Fundada no séc. XV, dedicada a Nossa Senhora das Neves, alterada do séc. XVII. Interior de uma só nave, altar-mor em talha dourada, portal e torre de raiz medieval. No altar-mor, retábulas e imaginária. Trabalhos em massa decorando o interior do templo

               
Ponte de Vila Formosa: 
Construída pelos romanos nos finais do séc. I, início do séc. II D.C. sobre a Ribeira de Seda, na Estrada que liga Alter do Chão a Chança e Ponte de Sôr. Construída em grossa cantaria aparelhada e almofadada. Consta de 6 arcos iguais entre si e compostos nas frentes por trinta e três aduelas e cinco olhais em forma de pórtico. Monumento Nacional.

Gastronomia

A Gastronomia é variada e saborosa, senão vejamos: Sarapatel, Borrego com Arroz Amarelo (Açafrão), Perna de Borrego com Batatas Assadas, Costeletas de Borrego do Norte Alentejano, Arroz de pato, Pernil, Porco Assado no Forno, Vitela Assado, Ensopado de Borrego, Alhada de Cação. Migas Alentejanas.
Vasco Lopes da Gama

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